Gustavo Kuster, diretor de avaliação de conformidade do Inmetro, focou na importância da parceria com as entidades setoriais para as regras transversais e o monitoramento do mercado
Na tarde da última quinta-feira, 27 de junho, a AFEAL e a ABAL receberam os executivos do Inmetro para a apresentação do novo modelo regulatório, que deverá entrar em vigor nos próximos meses e que valoriza o papel do setor produtivo na regulamentação do mercado. Gustavo Kuster, diretor de avaliação de conformidade do Inmetro, valorizou a atuação das entidades de classe como parceiras para um modelo mais eficiente e capaz de oferecer ao mercado produtos efetivamente seguros. Já em agosto, o Inmetro deverá lançar o road map de todo o novo sistema.
Kuster iniciou sua apresentação explicando como surgiu a ideia de promover as alterações no modelo atual. “Passamos por uma mudança de gestão no Inmetro e temos a questão técnica sendo muito valorizada neste momento. Questionamos: o modelo atual está mesmo gerando os benefícios que deveria? Elaboramos um documento de 176 páginas com um estudo. Hoje, são necessários 7 anos para elaborar um regulamento, o que é feito produto a produto, a um custo de R$ 910 mil reais”. Ou seja, o modelo que vem sendo adotado é custoso, não é eficiente e não garante que os produtos certificados atenderão as necessidades dos consumidores”.
A parceria com as entidades de classe
O novo modelo será baseado em regras gerais e transversais. “As transversais vão endereçar uma série de normas. Com base nisso, não é necessária nem a certificação, nem o registro. Teremos a portaria da fiscalização e a de sanção, com critérios. Vamos então precisar monitorar o mercado, aí contamos com a parceria da Afeal e ABAL, através do PSQ de Portas e Janelas de Correr de Alumínio”.
Hoje, o Inmetro audita as Entidades Gestoras Técnicas e o Laboratórios que trabalham no PBQP-H. “No novo modelo, nossa intenção é de que os PSQs sejam valorizados. O setor se conhece melhor que ninguém, ele pode implementar ações para garantir a conformidade dos produtos. Teremos regras de como os programas setoriais serão reconhecidos por nós. Esse modelo deixa de ser paternalista e passa a ser uma parceira entre Estado e inciativa privada”.
O selo do Inmetro
“O selo hoje virou uma commodity. O consumidor vê um produto que custa 100 e outro 120, se os dois têm o selo do Inmetro, ele acha que os dois são iguais e isso não é necessariamente verdade. Nossa preocupação principal é criar um sistema de QR Code integrado, com uma série de informações que efetivamente agreguem valor. Precisamos estabelecer padrões mínimos que gerem concorrência honesta, num mercado seguro”. “O selo foi importante em uma época em que a marca INMETRO não era muito conhecida, o que não é mais o caso. Nosso objetivo é reduzir drasticamente a quantidade de produtos certificados, e, consequentemente, aqueles que continuarão ostentando o selo. Os fabricantes devem assumir a responsabilidade pela qualidade dos produtos que colocam no mercado brasileiro”.
Vale destacar que o INMETRO não publicará uma regulamentação específica para esquadrias.
Novo modelo bem recebido
Para o presidente da AFEAL Alberto Cordeiro, a reunião foi muito positiva. “Esta é uma grande oportunidade para realmente buscarmos a isonomia competitiva do nosso setor. Nosso setor já dispõe de uma norma técnica que avalia o desempenho das esquadrias – a NBR 10.821. Além disso, a NBR 15575, a Norma de Desempenho que foi exaustivamente discutida e que justamente vem nessa linha. Podemos colaborar muito com o novo modelo do Inmetro. Este novo posicionamento do INMETRO vem ao encontro do que já estamos praticando através do PSQ no âmbito do PBQP-H implementado pelo Ministério de Desenvolvimento Regional (que incorporou o Ministério das Cidades).
A AFEAL e o PSQ estão totalmente alinhados com o novo modelo e à disposição para toda a colaboração que for necessária”, afirma.
Milton Rego, presidente da ABAL também se mostrou otimista com o posicionamento do Inmetro. “Em relação ao ambiente regulatório, percebo um posicionamento muito mais moderno, para que a gente possa conversar com outros países e ter um mercado de esquadrias e janelas muito mais isonômico, transparente e com qualidade”, disse.
Para Antônio Antunes, vice-presidente de Qualidade da AFEAL, o novo modelo do Inmetro mostra como o mercado está apontando para um sistema responsável e autorregulado. “Vemos como o modelo está bem em sintonia com nosso trabalho no âmbito do nosso Programa Setorial de Qualidade. Isso mostra que estamos no caminho certo. Por isso, convoco novamente todos os nossos associados e parceiros para que participem do programa, isso é fundamental para o nosso setor e o mercado está mostrando isso dia a dia”, finaliza.
Você pode assistir à apresentação completa no Youtube da AFEAL e ainda a vídeos curtos com perguntas e respostas sobre o novo modelo. Clique aqui.
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